Nova pesquisa Ipespe consolida a supremacia das oposições em João Pessoa

A oscilação entre os primeiros colocados no ranking da disputa pela Prefeitura pode ser considerada normal. Anormal é o cenário apontado na última pesquisa Ipespe/João da Paraíba, em que as oposições somadas ultrapassam os 58% contra apenas 7% dos candidatos, em tese, governistas.

Integram o time da oposição Zé Maranhão (22%), Cícero Lucena (21%), Luciano Cartaxo (8%), Toinho do Sopão (4%), Ítalo Kumamoto (1%) e Lourdes Sarmento (1%) e, talvez, Major Fábio (1%). Pela seara girassol teríamos Estelizabel (5%), Geraldo Amorim (1%) e Nonato Bandeira (1%).

É abissal a diferença entre o primeiro da oposição (Maranhão, 22%) e o primeiro governista (Estalizabel, com 5%). Quatro vez mais. Ou quatro vez menos, conforme se faça a leitura. Mas, o que chama atenção são os 58% da oposição contra apenas 7% do Governo RC. Oito vezes mais. Ou oito vezes menos.

É um número que sintetiza, de forma impressionante, como o eleitor está avaliando o modelo Ricardo de administrar. Pois está claro que a candidata Estelizabel, até por ser bancada pelo governador, representa sua cara na disputa. A rejeição que ela tem hoje (21%) é a rejeição de seu tutor.

Nada mais justifica essa extraordinária rejeição para uma candidata que nunca disputou uma eleição e não ocupou um cargo majoritário (que costuma desgastar). Uma rejeição que ainda mais cristalizou depois da disputa fratricida contra o prefeito Luciano Agra, que saiu um pouco melhor na fita.

Aliás, a propósito de Agra, é importante destacar que sua retirada de cena praticamente não alterou o quadro. E, se alterou, foi em favor do senador Cícero Lucena, que oscilou de 19% (na pesquisa anterior) para 21%. E, talvez, ainda tenha beneficiado Luciano Cartaxo, que passou de 7% para 8%.

O que mais alterou foi a diferença entre o somatório das oposições, que passou de 53% nos números anteriores para 58%, nesta última pesquisa. Em princípio, até poderia se dizer que a saída de Agra favoreceu as oposições em 5%. Lembrando que o prefeito tinha 10% na pesquisa anterior.

A se manter a atual tendência, a disputa em João Pessoa pode, realmente, caminhar para uma inusitada disputa entre dois candidatos de oposição. A menos que o governador consiga tirar o coelho da cartola em favor de sua candidata Estelizabel. Que, até agora, não tem conseguido fazer a mágica esperada.